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Governador inaugura revitalização da Lagoa do Meio com obras inacabadas, gerando polêmica em Marataízes

Uma obra de R$ 67 milhões na região central de Marataízes, envolvendo a revitalização da Lagoa do Meio, foi entregue à população na noite de sexta-feira (20) pelo governador Renato Casagrande. O projeto marca a despedida da gestão do prefeito Tininho Batista, do mesmo partido (PSB), em um momento que coincide com o decreto de ponto facultativo no município até o dia 31, publicado no Diário Oficial. O espaço, anteriormente degradado, está passando por uma urbanização completa que promete transformar a área em um ponto de lazer e prática esportiva, com impacto positivo na qualidade de vida dos moradores.

As intervenções, ainda em execução, incluem pavimentação, drenagem, calçadas, ciclovia, praças com academias e playgrounds, além de iluminação moderna e amplo paisagismo, com o plantio de milhares de árvores e arbustos. As obras também contemplam melhorias na infraestrutura, como a instalação de redes de esgoto e drenagem pluvial.

O governador destacou a relevância do projeto para o turismo e a qualidade de vida da população, afirmando que a Lagoa do Meio se tornou um marco para Marataízes, conhecida como a “pérola capixaba”. A inauguração reuniu moradores e contou com a presença de diversas autoridades, incluindo os deputados estaduais Zé Preto e Tyago Hoffmann; os prefeitos reeleitos de Iconha e Piúma, Gedson Paulino e Paulo Cola; o prefeito eleito de Itapemirim, Geninho Alves; e a secretária de Estado do Governo, Maria Emanuela Alves Pedroso.

Críticas

Apesar dos avanços paisagísticos e urbanos para a cidade, moradores e ambientalistas têm levantado questionamentos sobre a ausência de planejamento e investimentos em saneamento básico. Entre as principais preocupações está a necessidade de construir uma nova Estação de Tratamento de Esgoto Avançado (ETE) para destinar de forma adequada os esgotos que atualmente são despejados na Lagoa do Meio e região, contaminando o lençol freático e provocando vazamentos que atingem ruas e residências.

Outro ponto polêmico é o lançamento de toneladas de cal nas águas da lagoa, ação que, segundo o Ministério Público, em processo de investigação, não teve estudos ou análises apresentados ao órgão até esta quinta-feira (19) que a justifiquem. Há relatos de grande mortandade de peixes e pássaros na região, agravando a possibilidade de contaminação do lençol freático e levando à recomendação para que os moradores evitem o consumo de água de poços artesianos.

Além disso, há indícios de irregularidades na execução das obras, principalmente devido à coincidência das datas de inauguração com a entrega incompleta da revitalização e o decreto municipal de ponto facultativo até o dia 31, somado ao início do recesso do Poder Judiciário e do Ministério Público, que se estende até 7 de janeiro, deixando o município sem previsão para a retomada de serviços essenciais e acompanhamento efetivo das questões levantadas.

(DA REDAÇÃO \\ Guto Gutemberg)

(INF.\FONTE: Fabiano Peixoto \\ Capixaba News)

(FT.\CRÉD.: Internet \\ Divulgação)