A gestão do prefeito Tininho Batista (PSB) em Marataízes chega ao fim em meio a duras críticas por conta de obras paralisadas, colapso nos serviços públicos e ausência de planejamento para o verão. Com a cidade prestes a receber um grande fluxo de turistas, a falta de infraestrutura e organização só aumenta a insatisfação popular.
Das seis obras inacabadas, que somam aproximadamente R$ 100 milhões, destacam-se a reforma do Centro de Atenção Integrada à Criança e Adolescente (Caic), iniciada em 2016 com 21 termos aditivos, mas nunca concluída, e a construção da Escola Municipal Nagib Meleip, igualmente marcada por atrasos e custos elevados devido a sucessivos aditivos contratuais. A revitalização da orla de Nova Marataízes/Lagoa Funda, prometida como um marco turístico para o município, também está entre os projetos paralisados em estado de abandono e afetando negativamente o turismo local. Além disso, intervenções de infraestrutura nos bairros Belo Horizonte e Filemon Tenório foram suspensas, afetando diretamente os moradores dessas regiões, as mais populosas do município.
A saúde pública é um dos setores mais impactados. Relatos apontam cancelamentos constantes de consultas, exames e perícias do INSS devido à falta de veículos e combustível. Na tarde desta segunda-feira (02), um veículo utilizado pelo Conselho Tutelar de Marataízes foi retido no pátio de um posto de combustível no bairro Cidade Nova por falta de saldo para quitar o abastecimento, evidenciando o descaso administrativo. Serviços vinculados ao Consórcio de Saúde CIM Expandida Sul foram interrompidos por ausência de recursos, retomados apenas após a contratação emergencial de R$ 2 milhões publicada no Diário Oficial no dia 29. Paralelamente, famílias em situação de vulnerabilidade social sofrem com cortes em benefícios como cestas básicas e vale-feira.
A proximidade do verão escancara ainda mais as falhas administrativas. A fiscalização está comprometida pela indisponibilidade de veículos, o que prejudica o trabalho dos agentes municipais em um período de aumento populacional. Nas ruas, a falta de garis, cujos contratos não foram renovados, resulta em acúmulo de sujeira. Já a empresa responsável pela coleta de lixo, apesar de ter contrato até junho, iniciou demissões sem explicações, agravando o cenário de caos.
Desde o fim das eleições de outubro, a gestão de Tininho Batista tem sido alvo de protestos frequentes. Denúncias de moradores apontam a precariedade dos serviços e criticam o pagamento de gratificações elevadas a aliados do prefeito. O sentimento de revolta cresce diante da iminente transição de governo, que deixará ao próximo gestor uma cidade mergulhada em crise.
Após 10 anos à frente de Marataízes, Tininho Batista encerra sua gestão com um legado marcado por desperdício e descaso. Obras inacabadas, cortes em serviços essenciais e ausência de planejamento para o verão deixam a cidade no verdadeiro colapso administrativo.
(DA REDAÇÃO \\ Guto Gutemberg)
(INF.\FONTE: Fabiano Peixoto \\ Capixaba News)
(FT.\CRÉD.: Internet \\ Divulgação)