O cancelamento inesperado da visita de Michelle Bolsonaro a Cachoeiro de Itapemirim, marcada para a última quinta-feira (12), causou não só frustração, mas também incertezas nos bastidores da política local, especialmente entre os candidatos do Partido Liberal (PL) no sul do Espírito Santo.
Michelle, que desempenha um papel de destaque no apoio à base conservadora, participaria de atividades importantes na campanha de Leo Camargo, candidato à prefeitura de Cachoeiro. A expectativa era que sua presença fortalecesse o vínculo de Camargo com o eleitorado bolsonarista da região, já que a imagem da ex-primeira-dama ainda ressoa fortemente entre os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Entre os compromissos previstos, estavam a gravação de materiais de campanha e a participação em uma carreata pela cidade.
Segundo Leo Camargo, o cancelamento se deu por “questões logísticas”, e uma nova data para a visita não foi anunciada. No entanto, a justificativa oficial não foi suficiente para acalmar os ânimos nos bastidores. Para muitos, o ocorrido levanta dúvidas sobre o comprometimento de Bolsonaro com as campanhas locais, já que o próprio ex-presidente era/é esperado. O temor é que a ausência de Michelle seja um prenúncio de desinteresse ou de mais “questões logísticas” em compromissos na região, o que enfraqueceria a base aliada. É claro que essa análise desagrada alguns, principalmente tornando-a publica, como percebível em conversas nos bastidores.
A pergunta que agora fica entre os correligionários do PL no sul do estado é: se nem Michelle veio, será que Bolsonaro ainda virá a tempo? O episódio traz à tona a fragilidade que muitos candidatos enfrentam ao dependerem da imagem de figuras nacionais para impulsionar suas campanhas locais.
Por Fabiano Peixoto / Jornalista, Editor Chefe do Capixaba News
