Todos os 78 municípios do Espírito Santo enfrentam atualmente algum grau de seca. Esse cenário alarmante é destacado em um levantamento do Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), divulgado pelo G1 em 24 de julho de 2024, posicionando o estado entre os mais afetados do país. A classificação do CEMADEN inclui Marataízes, Itapemirim e outras 49 cidades sob condições de seca moderada.
Desde o dia 16 de julho, o Espírito Santo entrou em estado de atenção hídrica devido aos níveis baixos dos rios e à falta de chuvas. Segundo o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (INCAPER), no início do mês, 40 municípios capixabas estavam classificados sob “seca fraca”. No entanto, o cenário está se agravando, com um aumento no número de cidades em situação de seca moderada ou severa. O INCAPER alerta que “o cenário meteorológico para os próximos meses não é animador.”
Diante dessa realidade e dos avisos de instituições federais e estaduais, questiono os gestores atuais de Marataízes e Itapemirim: o que estão esperando para agir? Onde está o decreto de situação de emergência? Quais apoios serão fornecidos aos setores de fruticultura em Marataízes e de cana-de-açúcar e pecuária em Itapemirim?
Os estudos indicam que a transição de seca moderada para severa pode ocorrer em poucos dias, resultando em perdas significativas para o setor rural, como ocorreu em anos anteriores: 2022, 2015, 2007, 2003 e 1997. Esses eventos foram registrados por órgãos oficiais e pela imprensa.
A ausência de políticas públicas eficazes para o setor rural, especialmente nos municípios de Marataízes e Itapemirim, demonstra um descaso, insensatez e incompetência técnica. As secretarias de agricultura desses municípios já deveriam estar atuando em campo com seus técnicos, buscando subsídios para a formatação do decreto situacional necessário.
Conheço bem os municípios citados e, infelizmente, toda seca ou estiagem prolongada causa grandes perdas para o setor rural. A resposta dos gestores atuais tem sido ineficiente, lenta, desplanejada e sem a antecipação necessária, como visto nas secas de 2022 e agora em 2024.
Em uma publicação de 04/08/2022, na A Gazeta, lê-se no título: “Abacaxi, mandioca e cana-de-açúcar: seca prejudica lavouras em Marataízes”. A estiagem afetou 950 produtores da região, comprometendo 70% das lavouras de abacaxi, com frutos fora do padrão de mercado. Já em setembro de 2015, a Folha Vitória relatou: “Com seca, moradores de Itapemirim e Marataízes recebem água salgada nas torneiras”.
Como cidadão, alerto a classe rural a reivindicar seus direitos junto ao Conselho Municipal Rural, suas entidades (associações e cooperativas), a Secretaria de Agricultura e os prefeitos municipais. O alerta já foi dado pelas autoridades federais e estaduais, prevendo que a seca se prolongará e a severidade do desastre aumentará.
Aos gestores, pergunto: estão cientes do que foi dito aqui? O que estão fazendo? Seus agentes técnicos estão atuando? Por que as informações ainda não chegaram ao meio rural? Em 2022, houve apenas perdas. Vocês não aprenderam? A única resposta que não aceito é que os cofres públicos estão vazios, pois falamos de dois municípios agraciados com a riqueza dos royalties, conforme informações que posso compartilhar com todos os cidadãos de nossa rica, mas talvez esquecida e ainda em plena estiagem, cidade.
Por fim, apelamos ao bondoso Pai, que sempre está sensível, cauteloso e pronto para atender a todos.
(DA REDAÇÃO \\ Guto Gutemberg)
(INF.\FONTE: Luciano Sansão Teixeira \\ Capixaba News)
(FT.\CRÉD.: Internet \\ Divulgação)